Pré-candidato à reeleição, o prefeito de Parnamirim, Maurício Marques (PDT), disse que contará com o apoio do Democratas no seu palanque nas eleições deste ano. No entanto, questionado se espera receber o apoio da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o pedetista disparou: "A governadora, no momento oportuno, dirá quem são seus candidatos. Eu acho que ela está se preocupando primeiro com Mossoró". O prefeito criticou o modo como a gestora tem tratado seu município. "Temos um bom relacionamento pessoal. Mas não existe nenhuma parceria do governo com a prefeitura". Ao avaliar o primeiro ano de gestão da democrata, ele criticou o discurso de "herança maldita" entoado por Rosalba e disse que, se tivesse parceria com o Estado, poderia ter feito mais por Parnamirim. Durante a entrevista, o prefeito também comentou a relação com o vice Epifânio Bezerra (PR), a preparação para a disputa de 2012 e os desafios administrativos que encontrou em seu caminho.
O sr. vai para o último ano do primeiro mandato como prefeito do município que mais cresce no Rio Grande do Norte. Quais os desafios encontrados para evitar que esse crescimento ocorra de forma desordenada?
O crescimento se deu de uma forma muito acelerada. O recenseamento mostrou que Parnamirim é uma cidade de oportunidades. Por isso, os grandes empresários começaram a investir no município. Para evitar o crescimento desordenado, estamos atualizando o Plano Diretor, que teve a participação da população, ouvimos o povo e principalmente os investidores. Essa atualização encontra-se na Câmara Municipal. Na hora que nós aprovarmos o plano diretor, daremos celeridade a esse processo para garantir que o crescimento ocorra de forma ordenada. É verdade que as pessoas estão vindo para aqui, para investir e construir. Temos vários investidores ampliando seus negócios. Esse crescimento nos obriga a acompanhar a demanda em saúde,educação, infraestrutura, lazer, cultura e segurança. O que compete ao município, nós estamos fazendo. Estamos pavimentando as ruas, aumentamos a rede de saúde, ampliamos a administração, os contratos sociais, estamos proporcionando algo extraordinário, com o programa "Minha casa, Minha vida". Esse é um capítulo a parte. Comprometi-me em 2008 a entregar 1,4 mil unidades. Sancionei uma lei que isenta as residências construídas pelo programa de IPTU por 10 anos. Também concedemos a isenção de ISS para os construtores, com a condição de eles contratarem mão de obra exclusiva de Parnamirim. Com isso, nós proporcionamos 2.550 empregos diretos. E aconteceu algo extraordinário: 47% da cota do "Minha casa, Minha vida" de até três salários mínimos no estado está em Parnamirim. Vamos entregar todas até junho próximo. É um passo extraordinário. Além disso, o município está dando a escritura pública em nome das mulheres. É uma obra extraordinária, com o programa da presidenta Dilma Rousseff (PT), e o apoio da deputada federal Fátima Bezerra (PT) e do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), como também do ministro Garibaldi Filho (PMDB) e a coragem do prefeito de Parnamirim, que dispensou o IPTU por 10 anos.
Esses recursos do IPTU não farão falta para a arrecadação do município, já que essas novas moradias geram novas demandas?
Mas esse benefício gera moradias para 16 mil pessoas que estavam ao relento. Eles terão sua casa para morar e vão trabalhar. Eles trabalhando, consumindo, vão gerar outros impostos. Daqui a 10 anos, quando o IPTU começará a ser cobrado, essas pessoas já estarão estruturadas.
O crescimento de Parnamirim, assim como nas grandes cidades do país, provoca o problema de mobilidade urbana. Natal já enfrenta esse problema. A fronteira entre os dois municípios também preocupa. Como o sr. vê essa questão da mobilidade, observando que Parnamirim está interligado aos demais municípios da região metropolitana?
Existem muitas reuniões envolvendo a região metropolitana, muitas discussões, mas nada de prático. Quando se falou no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e quando se fala na Copa do Mundo só se pensa em Natal. O governo do estado apresentou um projeto para o VLT e excluiu Parnamirim, quando a cidade já tem a linha férrea. Os veículos são fabricados aqui vizinho, no Ceará. Nós estamos fortalecendo nosso sistema de trânsito e transportes. Em matéria que vi recentemente, soube que a cada ano se coloca 70 ou 80 quilômetros de veículos a mais nas ruas. Ou seja, aumenta a frota. Os municípios têm se estruturado para isso. Mas, acontece que hoje há uma facilidade muito grande para a aquisição de veículos. Hoje, se compra veículos sem dinheiro. A minha preocupação é fortalecer a estrutura do trânsito no município. Para isso, estamos fazendo concurso público. Serão contratados novos agentes. Estamos estruturando a cidade, com drenagem e pavimentação, para facilitar o tráfego. Também aguardamos que o governo federal e o governo do estado, em ação conjunta, possam ajudar.
Em Nova Parnamirim, são esperadas seis milnovas residências para este ano. No entanto, os moradores reclamam da falta de estrutura do bairro. Como o sr. vê essa situação?
Existe alguma perspectiva de melhoria?
Quem trafega em Nova Parnamirim vê que o bairro está praticamente drenado e pavimentado. Temos escolas, creches, atendimento médico, ginásios poliesportivos. Também estamos fazendo o complexo da Petra Kelly. Agora, lá tem uma característica. A Avenida Maria Lacerda, por exemplo, é uma RN. Tem intervenção que o município não pode fazer. Precisa de parceria com o governo do estado.
É exatamente nesses locais que estão os problemas...
Exatamente. Então, nós fizemos uma reunião no Dnit, com a presença da deputada federal Fátima Bezerra, para tentar solucionar aquele problema. O gargalo só se resolve com um acesso da BR para Nova Parnamirim. Foi colocado no orçamento para este ano a construção de um túnel. A questão interna, estamos tentando resolver. Mas não é algo que se faz do dia para a noite. O município hoje trabalha com recursos própriose dinheiro do governo federal. Zero do dinheiro do Estado. O que podemos fazer, estamos fazendo. As mudanças já feitas em Nova Parnamirim foram aprovadas. Precisam de ajustes, que serão feitos futuramente. Mas o gargalo só com a duplicação da BR-101. Enquanto não vem, estamos fazendo adequações para minimizar os transtornos.
O sr. falou que recebeu zero em recursos do governo do estado. No entanto, citou o deputado federal Henrique Eduardo (PMDB) e o ministro Garibaldi Filho (PMDB), que são também aliados da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), como apoiadores dos interesses de Parnamirim junto ao governo federal. Eles não fazem essa ponte com o governo do estado?
Como é sua relação com Rosalba?
Minha relação é de bom dia, boa tarde, boa noite, prazer em vê-la. Temos um bom relacionamento de ordem pessoal. Administrativamente nada, embora eu tenha declarado várias vezes que aqui (Parnamirim) é o terceiro maior colégio eleitoral, a terceira receita, a terceira população e é a cidade que mais cresceu nosúltimos 10 anos. Como sou prefeito de Parnamirim, defendo os interesses de Parnamirim. Não tenho nada contra a governadora. Tenho um bom relacionamento. Mas, na prática, no que diz respeito aos recursos, não temos nenhuma parceria.
O sr. já teve alguma audiência com a governadora?
Não. Nós nos encontramos algumas vezes. Eu fiz uma base para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Nós inauguramos juntos. Mas, nunca cheguei a me reunir com ela.
Qual a avaliação que o sr. faz do primeiro ano do governo Rosalba Ciarlini?
Eu costumo me limitar a falar somente sobre a administração de Parnamirim, que vai muito bem, obrigado. A avaliação da governadora, deixo para o povo do Rio Grande do Norte fazer. Mas, em política, acho que a cada eleição devemos quebrar o retrovisor e olhar para o amanhã. Eu já vi muita gente se preocupar com gestões anteriores, fazendo somente críticas, e esquecer de administrar. Acho que o povo do estado está credenciado para fazer uma avaliação. Minha colocação é que estou bem.Mas, se estivéssemos bem administrativamente com o governo do estado estaríamos bem melhores.
"Não me preocupo com quem será meu adversário"
De quem deve ser a iniciativa para tentar essa parceria?
Olha, toda vez que tem um ano eleitoral se fala que agora tem parceria. Eu recebo todas as pessoas muito bem. Parnamirim é o terceiro maior colégio eleitoral do estado e precisa ser olhado com bons olhos. Eu fui a Wilma, na época, e ela me recebeu. Já fui a Iberê. Ele também me recebeu. Eu com o deputado Agnelo Alves (PDT), ganhamos as eleições de 1998, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2010. Mas só tivemos apoio do governo enquanto Garibaldi Filho foi governador, até 2002. No governo Wilma de Faria, com quem me dou muito bem, nós fomos até ela no final da gestão e fizemos um convênio. Em seguida, Iberê assumiu e depois suspendeu. No governo Rosalba, foi cancelado um convênio que o governo tinha assinado. Concluí a obra com recursos próprios.
É admissível que hoje em dia se interrompa convênio por questões políticas?
Eu não sei se a quebra do convênio foi questão política. O que sei é que foi de ordem orçamentária, financeira.Como não tenho acesso ao orçamento, não sei se a causa foi essa. Não foi só com Parnamirim. Foi também nos demais municípios que possuíam convênios.
O marketing da sua gestão sugere que "Parnamirim está fazendo mais". O sr. então considera que fez mais do que seu antecessor, o deputado estadual Agnelo Alves?
Não. O "fazendo mais" não tem nenhuma referência a Agnelo. O maior prefeito da história de Parnamirim foi Agnelo Alves. Nós estamos fazendo mais por cima do que ele fez. Nós estamos somando. É porque, quando você assume a continuidade, é difícil continuar. O "fazendo mais" é adicionando ao município aquilo que Agnelo não fez. Quando ele saiu, deixou muito. Mas, muita coisa faltava fazer. Então, estou somando em cima do que ele fez. Não tem nenhuma comparação com ele. Dizem que suceder e fazer sucesso é difícil. Mas, quando você fez parte do sucesso, não é difícil. Fui secretário dele três vezes, vice-prefeito duas vezes e sou prefeito com o apoio dele. Estamos fazendo um planejamento de Parnamirim para 20 anos.
Como é sua relação com o atual vice-prefeito Epifânio Bezerra (PR)?
Epifânio Bezerra é meu amigo há 37 anos. É vice-prefeito e secretário municipal. Tem toda estrutura à disposição dele. Mas, tem uma particularidade: é eleitor como eu. Eu almejo minha reeleição. Parece, pelo que dizem - a mim ele nunca disse - que quer ser candidato a prefeito. Se ele quer ser candidato a prefeito, vou bater palmas para ele. Agora, eu sou candidato à reeleição. Sendo assim, eu acredito que deve haver uma conversa entre a gente nos próximos dias, pois essa situação não pode continuar. Há um murmúrio de que ele será candidato contra mim. Não sei. Ele ainda não me disse essa intenção. Mas, acredito que pela parceria e a amizade que temos dirá. Se ele não fizer, conversarei com ele. Não posso continuar na incerteza.
Em entrevista ao Diário de Natal, Epifânio Bezerra disse que a pretensão inicial dele era ser candidato a vice-prefeito na sua chapa. No entanto, a tendência seria a candidatura a prefeito pelo fato de onome dele estar sendo rejeitado. Houve veto à manutenção da chapa de 2008 para 2012?
Quem declarou que ele não será candidato a vice-prefeito? Eu? Nunca. Agnelo? Nunca. Nenhum secretário meu, fora Epifânio, é candidato a nada. Agora, a chapa só vai ser divulgada em maio ou junho. Não vou divulgar chapa. A formação da chapa é resultado da composição política. Eu ganhei a eleição com 15 partidos aliados. Hoje, tenho 16 legendas na base de apoio. Então, ninguém declarou que ele não seria candidato a vice. O que eu disse é que a chapa só será divulgada de maio para junho. Não vou me antecipar, pois as coisas podem seguir por outros caminhos.
Há uma rejeição de Agnelo Alves ao nome de Epifânio?
Ele nunca me falou sobre vice-prefeito. Agnelo nunca indicou ninguém. Eu nunca declarei que Epifânio não era vice. Eu nunca me pronunciei sobre outro nome. Se me perguntarem, tenho pelo menos 10 nomes que poderiam ser candidatos a vice. Mas não vou dizer agora. Nós temos compromisso com a população. Não vou me preocupar com eleição agora. Vamos trabalhar. Depois do expediente, eu faço a política.
O sr. ainda espera reverter a insatisfação do vice e mantê-lo na sua base de apoio?
Não há o que reverter. Ele é vice e é secretário. Está contemplado com toda estrutura. Agora, se ele realmente tem a decisão de ser candidato, vai me comunicar. Se não for assim, não tenho que reverter nada.
Se ele for candidato, o sr. pedirá o cargo?
Ele sendo candidato não pode ficar com os cargos que tem na gestão, mas ele é vice-prefeito. É um cargo para o qual ele foi eleito. A política não vai prejudicar nossa amizade. É o direito legítimo dele ser candidato a prefeito, a vice-prefeito ou a vereador como de qualquer outra pessoa. Mas, se assim o fizer, tem que sair do governo. Não tem sentido ficar.
Quais os apoios que o sr. soma para sua reeleição?
Eu tenho 16 partidos na base. A aliança está fechada.
Então deve ter muita gente querendo essa vaga de vice...
Não. Ninguém fala nesse assunto. Só quem fala sobre a vice são os blogs que projetaram uma briga de Epifânio comigo. Nenhum partido tem pleiteado. O PT, que é forte, da deputada Fátima Bezerra, não me pediu isso. O PMDB, que era o partido de Epifânio, também é forte, mas não me pediu a vaga de vice. O PRB, não me pediu. Ninguém discutiu essa questão de vice ainda.
O PSB está no arco de alianças em torno do seu nome?
O PSB, presidido pelo secretário Naur Ferreira, também está comigo. Não me pediu a vaga de vice. Até o Democratas, que tem orientação nacional de não se coligar com o PT, aqui em Parnamirim está comigo. O presidente do diretório é Raimundo Marciano.
Já que o DEM está na sua base, o sr. espera receber o apoio da governadora Rosalba Ciarlini nas eleições deste ano?
A governadora Rosalba Ciarlini, no momento oportuno, dirá quem são seus candidatos. Eu acho que ela está se preocupando primeiro com Mossoró.
Mas o sr. não acha que ela deverá se dedicar a municípios importantes como Natal e Parnamirim?
Se fosse eu, estaria preocupado. Não sei se ela está preocupada. Eu estou preocupado exclusivamente com Parnamirim. Termina às 14h meu expediente. Quando acaba, vou fazer política, ouço as pessoas e todos os partidos.
O PV ensaia lançar o candidato de oposição em Parnamirim. Foram colocados como pré-candidatos o deputado federal Paulo Wagner e o deputado estadual Gilson Moura...
Eu sou candidato à reeleição. Não estou preocupado com quem será meu adversário. O PV tem o problema dele. Que resolva. Na semana passada, jantei com Paulo Wagner e ele disse que vai me apoiar, do jeito que o deputado estadual Luiz Almir está dizendo. Estou focado na minha reeleição. Em 2008, muita gente estava com terno comprado para assumir porque eu só tinha 8% nas pesquisas. Agora eu tenho todas as alternativas de quem é melhor, quem soma mais e tem algo que eu não tinha (nesse momento o prefeito faz referência à caneta que segura na mão): o conhecimento administrativo que há três anos eu não tinha. Hoje, eu decido.
O sr. projeta uma aliança com 16 partidos em Parnamirim. Em Natal, o pré-candidato do PDT, Carlos Eduardo, ainda não conseguiu angariar apoios de outras legendas. Por que essa diferença?
Essa questão, Carlos Eduardo é quem pode responder. O que posso dizer é que é um candidato fortíssimo. É um homem sério. Há um desejo muito forte do povo para que ele volte à administração. A questão de coligação será trabalhada no momento oportuno. É mais fácil de se conversar em Parnamirim do que em Natal. Mas tenho certeza que ele fará muito bem. Tem competência e conhecimento para isso. É um candidato fortíssimo. As pesquisas assim o dizem.
Fala-se muito em Natal sobre as dificuldades financeiras do município. Já em Parnamirim, o sr. mostra outro quadro. Não existe dificuldade financeira no município gerido pelo sr.?
Não. Não é milagre nem mágica. Nós temos um planejamento e só contratamos o que podemos pagar. Quando eu recebi a prefeitura de Agnelo, estava enxuta. Ela continua enxuta. Nós não contratamos nada que não pode ser pago. Não existe ninguém cobrando. Temos um calendário de pagamentos do servidor aosfornecedores. Se eu só tenho R$ 10 milhões, só posso contratar os R$ 10 milhões. Se tem uma coisa que prezo é encerrar o ano com todas as contas quitadas. Também é preciso eleger prioridades.
Essa crise econômica pela qual passaram os municípios brasileiros de 2008 a 2010 não atingiu Parnamirim?
Atingiu, sim. Mas fizemos replanejamento. Fiz uma reforma administrativa, durante a qual excluí quatro secretarias. Reduzimos 80 cargos comissionados. Também diminuí as despesas com horas extras, alimentação, iluminação, água, luz, telefone. Fizemos uma redução de R$ 500 mil por mês, economia de R$ 6 milhões no ano.
O sr. participará das eleições em Natal?
Meu compromisso é com Carlos Eduardo e Agnelo Alves. Quando tiver comício em Nova Parnamirim, participarei ao lado deles.
O sr. mostrou muita confiança na reeleição.
Começo muito otimista. O melhor candidato é aquele que diz que vai ganhar. É aquele que tem a consciência tranqüila de ter um plano de governo aprovado sendo cumprido. Como ganhei a eleição de 2008, que foi difícil, de casa em casa, farei o mesmo trajeto. Não me preocupo com quem será adversário. Vou mostrar meu governo e pedir ao povo para continuar fazendo mais.
![]() ANA AMARAL/DN/D.A PRESS |
O crescimento se deu de uma forma muito acelerada. O recenseamento mostrou que Parnamirim é uma cidade de oportunidades. Por isso, os grandes empresários começaram a investir no município. Para evitar o crescimento desordenado, estamos atualizando o Plano Diretor, que teve a participação da população, ouvimos o povo e principalmente os investidores. Essa atualização encontra-se na Câmara Municipal. Na hora que nós aprovarmos o plano diretor, daremos celeridade a esse processo para garantir que o crescimento ocorra de forma ordenada. É verdade que as pessoas estão vindo para aqui, para investir e construir. Temos vários investidores ampliando seus negócios. Esse crescimento nos obriga a acompanhar a demanda em saúde,educação, infraestrutura, lazer, cultura e segurança. O que compete ao município, nós estamos fazendo. Estamos pavimentando as ruas, aumentamos a rede de saúde, ampliamos a administração, os contratos sociais, estamos proporcionando algo extraordinário, com o programa "Minha casa, Minha vida". Esse é um capítulo a parte. Comprometi-me em 2008 a entregar 1,4 mil unidades. Sancionei uma lei que isenta as residências construídas pelo programa de IPTU por 10 anos. Também concedemos a isenção de ISS para os construtores, com a condição de eles contratarem mão de obra exclusiva de Parnamirim. Com isso, nós proporcionamos 2.550 empregos diretos. E aconteceu algo extraordinário: 47% da cota do "Minha casa, Minha vida" de até três salários mínimos no estado está em Parnamirim. Vamos entregar todas até junho próximo. É um passo extraordinário. Além disso, o município está dando a escritura pública em nome das mulheres. É uma obra extraordinária, com o programa da presidenta Dilma Rousseff (PT), e o apoio da deputada federal Fátima Bezerra (PT) e do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), como também do ministro Garibaldi Filho (PMDB) e a coragem do prefeito de Parnamirim, que dispensou o IPTU por 10 anos.
Esses recursos do IPTU não farão falta para a arrecadação do município, já que essas novas moradias geram novas demandas?
Mas esse benefício gera moradias para 16 mil pessoas que estavam ao relento. Eles terão sua casa para morar e vão trabalhar. Eles trabalhando, consumindo, vão gerar outros impostos. Daqui a 10 anos, quando o IPTU começará a ser cobrado, essas pessoas já estarão estruturadas.
O crescimento de Parnamirim, assim como nas grandes cidades do país, provoca o problema de mobilidade urbana. Natal já enfrenta esse problema. A fronteira entre os dois municípios também preocupa. Como o sr. vê essa questão da mobilidade, observando que Parnamirim está interligado aos demais municípios da região metropolitana?
Existem muitas reuniões envolvendo a região metropolitana, muitas discussões, mas nada de prático. Quando se falou no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e quando se fala na Copa do Mundo só se pensa em Natal. O governo do estado apresentou um projeto para o VLT e excluiu Parnamirim, quando a cidade já tem a linha férrea. Os veículos são fabricados aqui vizinho, no Ceará. Nós estamos fortalecendo nosso sistema de trânsito e transportes. Em matéria que vi recentemente, soube que a cada ano se coloca 70 ou 80 quilômetros de veículos a mais nas ruas. Ou seja, aumenta a frota. Os municípios têm se estruturado para isso. Mas, acontece que hoje há uma facilidade muito grande para a aquisição de veículos. Hoje, se compra veículos sem dinheiro. A minha preocupação é fortalecer a estrutura do trânsito no município. Para isso, estamos fazendo concurso público. Serão contratados novos agentes. Estamos estruturando a cidade, com drenagem e pavimentação, para facilitar o tráfego. Também aguardamos que o governo federal e o governo do estado, em ação conjunta, possam ajudar.
Em Nova Parnamirim, são esperadas seis milnovas residências para este ano. No entanto, os moradores reclamam da falta de estrutura do bairro. Como o sr. vê essa situação?
Existe alguma perspectiva de melhoria?
Quem trafega em Nova Parnamirim vê que o bairro está praticamente drenado e pavimentado. Temos escolas, creches, atendimento médico, ginásios poliesportivos. Também estamos fazendo o complexo da Petra Kelly. Agora, lá tem uma característica. A Avenida Maria Lacerda, por exemplo, é uma RN. Tem intervenção que o município não pode fazer. Precisa de parceria com o governo do estado.
É exatamente nesses locais que estão os problemas...
Exatamente. Então, nós fizemos uma reunião no Dnit, com a presença da deputada federal Fátima Bezerra, para tentar solucionar aquele problema. O gargalo só se resolve com um acesso da BR para Nova Parnamirim. Foi colocado no orçamento para este ano a construção de um túnel. A questão interna, estamos tentando resolver. Mas não é algo que se faz do dia para a noite. O município hoje trabalha com recursos própriose dinheiro do governo federal. Zero do dinheiro do Estado. O que podemos fazer, estamos fazendo. As mudanças já feitas em Nova Parnamirim foram aprovadas. Precisam de ajustes, que serão feitos futuramente. Mas o gargalo só com a duplicação da BR-101. Enquanto não vem, estamos fazendo adequações para minimizar os transtornos.
O sr. falou que recebeu zero em recursos do governo do estado. No entanto, citou o deputado federal Henrique Eduardo (PMDB) e o ministro Garibaldi Filho (PMDB), que são também aliados da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), como apoiadores dos interesses de Parnamirim junto ao governo federal. Eles não fazem essa ponte com o governo do estado?
Como é sua relação com Rosalba?
Minha relação é de bom dia, boa tarde, boa noite, prazer em vê-la. Temos um bom relacionamento de ordem pessoal. Administrativamente nada, embora eu tenha declarado várias vezes que aqui (Parnamirim) é o terceiro maior colégio eleitoral, a terceira receita, a terceira população e é a cidade que mais cresceu nosúltimos 10 anos. Como sou prefeito de Parnamirim, defendo os interesses de Parnamirim. Não tenho nada contra a governadora. Tenho um bom relacionamento. Mas, na prática, no que diz respeito aos recursos, não temos nenhuma parceria.
O sr. já teve alguma audiência com a governadora?
Não. Nós nos encontramos algumas vezes. Eu fiz uma base para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Nós inauguramos juntos. Mas, nunca cheguei a me reunir com ela.
Qual a avaliação que o sr. faz do primeiro ano do governo Rosalba Ciarlini?
Eu costumo me limitar a falar somente sobre a administração de Parnamirim, que vai muito bem, obrigado. A avaliação da governadora, deixo para o povo do Rio Grande do Norte fazer. Mas, em política, acho que a cada eleição devemos quebrar o retrovisor e olhar para o amanhã. Eu já vi muita gente se preocupar com gestões anteriores, fazendo somente críticas, e esquecer de administrar. Acho que o povo do estado está credenciado para fazer uma avaliação. Minha colocação é que estou bem.Mas, se estivéssemos bem administrativamente com o governo do estado estaríamos bem melhores.
"Não me preocupo com quem será meu adversário"
De quem deve ser a iniciativa para tentar essa parceria?
Olha, toda vez que tem um ano eleitoral se fala que agora tem parceria. Eu recebo todas as pessoas muito bem. Parnamirim é o terceiro maior colégio eleitoral do estado e precisa ser olhado com bons olhos. Eu fui a Wilma, na época, e ela me recebeu. Já fui a Iberê. Ele também me recebeu. Eu com o deputado Agnelo Alves (PDT), ganhamos as eleições de 1998, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2010. Mas só tivemos apoio do governo enquanto Garibaldi Filho foi governador, até 2002. No governo Wilma de Faria, com quem me dou muito bem, nós fomos até ela no final da gestão e fizemos um convênio. Em seguida, Iberê assumiu e depois suspendeu. No governo Rosalba, foi cancelado um convênio que o governo tinha assinado. Concluí a obra com recursos próprios.
É admissível que hoje em dia se interrompa convênio por questões políticas?
Eu não sei se a quebra do convênio foi questão política. O que sei é que foi de ordem orçamentária, financeira.Como não tenho acesso ao orçamento, não sei se a causa foi essa. Não foi só com Parnamirim. Foi também nos demais municípios que possuíam convênios.
O marketing da sua gestão sugere que "Parnamirim está fazendo mais". O sr. então considera que fez mais do que seu antecessor, o deputado estadual Agnelo Alves?
Não. O "fazendo mais" não tem nenhuma referência a Agnelo. O maior prefeito da história de Parnamirim foi Agnelo Alves. Nós estamos fazendo mais por cima do que ele fez. Nós estamos somando. É porque, quando você assume a continuidade, é difícil continuar. O "fazendo mais" é adicionando ao município aquilo que Agnelo não fez. Quando ele saiu, deixou muito. Mas, muita coisa faltava fazer. Então, estou somando em cima do que ele fez. Não tem nenhuma comparação com ele. Dizem que suceder e fazer sucesso é difícil. Mas, quando você fez parte do sucesso, não é difícil. Fui secretário dele três vezes, vice-prefeito duas vezes e sou prefeito com o apoio dele. Estamos fazendo um planejamento de Parnamirim para 20 anos.
Como é sua relação com o atual vice-prefeito Epifânio Bezerra (PR)?
Epifânio Bezerra é meu amigo há 37 anos. É vice-prefeito e secretário municipal. Tem toda estrutura à disposição dele. Mas, tem uma particularidade: é eleitor como eu. Eu almejo minha reeleição. Parece, pelo que dizem - a mim ele nunca disse - que quer ser candidato a prefeito. Se ele quer ser candidato a prefeito, vou bater palmas para ele. Agora, eu sou candidato à reeleição. Sendo assim, eu acredito que deve haver uma conversa entre a gente nos próximos dias, pois essa situação não pode continuar. Há um murmúrio de que ele será candidato contra mim. Não sei. Ele ainda não me disse essa intenção. Mas, acredito que pela parceria e a amizade que temos dirá. Se ele não fizer, conversarei com ele. Não posso continuar na incerteza.
Em entrevista ao Diário de Natal, Epifânio Bezerra disse que a pretensão inicial dele era ser candidato a vice-prefeito na sua chapa. No entanto, a tendência seria a candidatura a prefeito pelo fato de onome dele estar sendo rejeitado. Houve veto à manutenção da chapa de 2008 para 2012?
Quem declarou que ele não será candidato a vice-prefeito? Eu? Nunca. Agnelo? Nunca. Nenhum secretário meu, fora Epifânio, é candidato a nada. Agora, a chapa só vai ser divulgada em maio ou junho. Não vou divulgar chapa. A formação da chapa é resultado da composição política. Eu ganhei a eleição com 15 partidos aliados. Hoje, tenho 16 legendas na base de apoio. Então, ninguém declarou que ele não seria candidato a vice. O que eu disse é que a chapa só será divulgada de maio para junho. Não vou me antecipar, pois as coisas podem seguir por outros caminhos.
Há uma rejeição de Agnelo Alves ao nome de Epifânio?
Ele nunca me falou sobre vice-prefeito. Agnelo nunca indicou ninguém. Eu nunca declarei que Epifânio não era vice. Eu nunca me pronunciei sobre outro nome. Se me perguntarem, tenho pelo menos 10 nomes que poderiam ser candidatos a vice. Mas não vou dizer agora. Nós temos compromisso com a população. Não vou me preocupar com eleição agora. Vamos trabalhar. Depois do expediente, eu faço a política.
O sr. ainda espera reverter a insatisfação do vice e mantê-lo na sua base de apoio?
Não há o que reverter. Ele é vice e é secretário. Está contemplado com toda estrutura. Agora, se ele realmente tem a decisão de ser candidato, vai me comunicar. Se não for assim, não tenho que reverter nada.
![]() ANA AMARAL/DN/D.A PRESS |
Ele sendo candidato não pode ficar com os cargos que tem na gestão, mas ele é vice-prefeito. É um cargo para o qual ele foi eleito. A política não vai prejudicar nossa amizade. É o direito legítimo dele ser candidato a prefeito, a vice-prefeito ou a vereador como de qualquer outra pessoa. Mas, se assim o fizer, tem que sair do governo. Não tem sentido ficar.
Quais os apoios que o sr. soma para sua reeleição?
Eu tenho 16 partidos na base. A aliança está fechada.
Então deve ter muita gente querendo essa vaga de vice...
Não. Ninguém fala nesse assunto. Só quem fala sobre a vice são os blogs que projetaram uma briga de Epifânio comigo. Nenhum partido tem pleiteado. O PT, que é forte, da deputada Fátima Bezerra, não me pediu isso. O PMDB, que era o partido de Epifânio, também é forte, mas não me pediu a vaga de vice. O PRB, não me pediu. Ninguém discutiu essa questão de vice ainda.
O PSB está no arco de alianças em torno do seu nome?
O PSB, presidido pelo secretário Naur Ferreira, também está comigo. Não me pediu a vaga de vice. Até o Democratas, que tem orientação nacional de não se coligar com o PT, aqui em Parnamirim está comigo. O presidente do diretório é Raimundo Marciano.
Já que o DEM está na sua base, o sr. espera receber o apoio da governadora Rosalba Ciarlini nas eleições deste ano?
A governadora Rosalba Ciarlini, no momento oportuno, dirá quem são seus candidatos. Eu acho que ela está se preocupando primeiro com Mossoró.
Mas o sr. não acha que ela deverá se dedicar a municípios importantes como Natal e Parnamirim?
Se fosse eu, estaria preocupado. Não sei se ela está preocupada. Eu estou preocupado exclusivamente com Parnamirim. Termina às 14h meu expediente. Quando acaba, vou fazer política, ouço as pessoas e todos os partidos.
O PV ensaia lançar o candidato de oposição em Parnamirim. Foram colocados como pré-candidatos o deputado federal Paulo Wagner e o deputado estadual Gilson Moura...
Eu sou candidato à reeleição. Não estou preocupado com quem será meu adversário. O PV tem o problema dele. Que resolva. Na semana passada, jantei com Paulo Wagner e ele disse que vai me apoiar, do jeito que o deputado estadual Luiz Almir está dizendo. Estou focado na minha reeleição. Em 2008, muita gente estava com terno comprado para assumir porque eu só tinha 8% nas pesquisas. Agora eu tenho todas as alternativas de quem é melhor, quem soma mais e tem algo que eu não tinha (nesse momento o prefeito faz referência à caneta que segura na mão): o conhecimento administrativo que há três anos eu não tinha. Hoje, eu decido.
O sr. projeta uma aliança com 16 partidos em Parnamirim. Em Natal, o pré-candidato do PDT, Carlos Eduardo, ainda não conseguiu angariar apoios de outras legendas. Por que essa diferença?
Essa questão, Carlos Eduardo é quem pode responder. O que posso dizer é que é um candidato fortíssimo. É um homem sério. Há um desejo muito forte do povo para que ele volte à administração. A questão de coligação será trabalhada no momento oportuno. É mais fácil de se conversar em Parnamirim do que em Natal. Mas tenho certeza que ele fará muito bem. Tem competência e conhecimento para isso. É um candidato fortíssimo. As pesquisas assim o dizem.
Fala-se muito em Natal sobre as dificuldades financeiras do município. Já em Parnamirim, o sr. mostra outro quadro. Não existe dificuldade financeira no município gerido pelo sr.?
Não. Não é milagre nem mágica. Nós temos um planejamento e só contratamos o que podemos pagar. Quando eu recebi a prefeitura de Agnelo, estava enxuta. Ela continua enxuta. Nós não contratamos nada que não pode ser pago. Não existe ninguém cobrando. Temos um calendário de pagamentos do servidor aosfornecedores. Se eu só tenho R$ 10 milhões, só posso contratar os R$ 10 milhões. Se tem uma coisa que prezo é encerrar o ano com todas as contas quitadas. Também é preciso eleger prioridades.
Essa crise econômica pela qual passaram os municípios brasileiros de 2008 a 2010 não atingiu Parnamirim?
Atingiu, sim. Mas fizemos replanejamento. Fiz uma reforma administrativa, durante a qual excluí quatro secretarias. Reduzimos 80 cargos comissionados. Também diminuí as despesas com horas extras, alimentação, iluminação, água, luz, telefone. Fizemos uma redução de R$ 500 mil por mês, economia de R$ 6 milhões no ano.
O sr. participará das eleições em Natal?
Meu compromisso é com Carlos Eduardo e Agnelo Alves. Quando tiver comício em Nova Parnamirim, participarei ao lado deles.
O sr. mostrou muita confiança na reeleição.
Começo muito otimista. O melhor candidato é aquele que diz que vai ganhar. É aquele que tem a consciência tranqüila de ter um plano de governo aprovado sendo cumprido. Como ganhei a eleição de 2008, que foi difícil, de casa em casa, farei o mesmo trajeto. Não me preocupo com quem será adversário. Vou mostrar meu governo e pedir ao povo para continuar fazendo mais.
Fonte: Diario de Natal
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